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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O pós-Guerra no Brasil (Período Democrático: 1946 - 1964) - ppt

Atividade linha do tempo "Período democrático" - 9º ano


Entre os anos 1946 e 1964 o Brasil viveu o momento histórico que ficou conhecido como “período democrático”. Você já viu como se deu a transição do Estado Novo para a redemocratização, bem como os cinco governantes que o país teve no período. Faça uma leitura do capítulo “O pós-Guerra no Brasil” e prepare uma linha do tempo, na qual cite cada um dos cinco governantes, colocando o marco final e inicial de cada mandato. A seguir, buscando fazer uma relação com o contexto internacional (Guerra Fria), cite os principais fatos que marcaram cada um dos governos. Ao terminar a sua linha do tempo, analise-a atentamente e comente sobre o posicionamento adotado pelo Brasil ao longo do período (busque compreender quais os elementos internos e externos que contribuíram para que no ano de 1964 o Brasil sofresse um golpe militar, iniciando o período de ditadura no país).

Período democrático (1 de 5) - Gaspar Dutra

 Fonte: Imago História



A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial acelerou o processo de contestação ao governo ditatorial de Vargas. Se com a FEB a “cobra fumou” na Europa, no Brasil a situação política se precipitava de tal forma que Vargas se viu na iminência de iniciar o processo de redemocratização e, em 1945 pela primeira vez em sua história, os brasileiros se manifestariam através do voto direto e secreto, inclusive, com a participação das mulheres. O general Eurico Gaspar Dutra, que apoiou Vargas no golpe de 1937, e de certa forma, minou seus intentos de continuísmo em 1945 é eleito presidente. Cabe lembrar, que a vitória de Dutra somente foi possível devido ao apoio de Vargas, que negociou com Dutra a manutenção das leis trabalhistas (e com isso a imagem de Vargas) além de indicasse o PTB (partido de Vargas) para o Ministério do Trabalho.

Junto com Dutra, elegem-se os novos senadores e deputados federais que teriam como incumbência elaborar uma nova constituição para o Brasil.

O período que tem início com o governo Dutra e é finalizado com o golpe militar de 1964 é considerado por muitos um período de predomínio das práticas populistas, muitas delas já incubadas durante o longo período do governo Vargas.

Em 1946 é promulgada a nova constituição, que trazia a normalidade política ao país. Os direitos individuais, a independência dos três poderes e a autonomia dos estados, a liberdade de expressão e o direito à greve, que haviam sido suprimidos na constituição de 1937 são restituídos.

No campo econômico, o governo de Dutra é marcado pelo modelo político-econômico desenvolvimentista, baseado na dependência do capital estrangeiro e no alinhamento e estreitamento dos laços com os Estados Unidos. A Política de Boa Vizinhança havia lançado as bases para a utilização da América Latina enquanto um potencial mercado consumidor, e a partir de 1946 tais intenções serão levadas a cabo de forma incisiva.

A abertura do mercado brasileiro para importações de produtos manufaturados americanos supérfluos como cigarros, chicletes, perfumes trouxe efeitos desastrosos para a economia brasileira. Exemplificando, as divisas brasileiras antes da Segunda Guerra Mundial giravam em torno de 70 milhões de dólares; no final da guerra haviam saltado para robustos 708 milhões, e em apenas dois anos do governo Dutra, e por ocasião da invasão de produtos americanos, recuaram para diminutos 90 milhões. Vendo que a abertura do mercado brasileiro não surtiu efeitos benéficos, Dutra, na parte final de seu governo retomou a política de Vargas e a intervenção do estado na economia, com a criação do Plano SALTE, que previa investimentos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país, o que igualmente não surtiu os efeitos desejados uma vez que os cofres públicas estavam vazios.

O alinhamento do Brasil com os Estados Unidos também é marcado pela tensão entre capitalistas e comunistas e pelo começo da Guerra Fria. Nesse contexto o Brasil assinou um tratado com os EUA que permitia intervenções americanas onde houvesse a ameaça comunista e rompeu suas relações diplomáticas com a União Soviética. Internamente, significou que o PCB mais uma vez seria mandado para a ilegalidade, e que os sindicatos sofreriam nova intervenção estatal, e os trabalhadores teriam a supressão do direito de greve.
 
Abaixo, na primeira charge, de 1947, o grande J.Carlos faz uma referência direta a influência americana no Brasil, em especial a partir do primeiro ano do governo Dutra, quando as importações são liberadas destruindo rapidamente com as divisas que o Brasil tinha acumulado no período da Segunda Guerra Mundial. Repare na referêcia aos indígenas (como símbolo da nacionalidade) e a Dom Pedro I, que proclamou a Independência do Brasil. 


A'S ARMAS!
- SOCORRO, PEDRO I! VAMOS NOVAMENTE ÀS MARGENS 'PLÁCIDAS' DO IPIRANGA, NOSSA INDEPENDÊNCIA PERIGA!



CORREA E CASTRO - O MEU JUDAS EU O QUEIMEI NA EPOCA DA SEMANA SANTA, MAS OS SEUS VOCÊ PODERÁ MALHÁ-LOS DURANTE O ANO INTEIRO!

Na segunda charge, de Théo, publicada em 1947, destaca-se os principais problemas do governo Dutra. Repare na referência ao problema do câmbio, da inflação e a sempre presente "ameaça comunista".

Período democrático (2 de 5) - Getúlio Vargas

 Fonte: Imago História



Eis que chegamos à eleição de 1950, e Vargas, apoiado por setores sindicais e trabalhistas e, defendendo a volta do nacionalismo na economia, a ampliação da industrialização e a intensificação das conquistas trabalhistas, e não obstante munido de seu carisma e populismo carregado de forte apelo emocional é democraticamente eleito presidente. A sua previsão se cumprira, e Vargas, mesmo sem o apoio dos meios de comunicação, voltava a ocupar o principal lugar na cena política brasileira.

Contudo, Vargas não tinha o mesmo contexto favorável da década de 1930, e, desde o início de sua campanha sofria forte oposição dos setores udenistas (União Democrática Nacional, de caráter liberal e principal oposição à Vargas), e em especial de Carlos Lacerda. Mesmo antes de assumir o poder, Vargas já sentiria a oposição da UDN, que tentava impedir que ele assumisse o poder alegando que não havia obtido a maioria absoluta dos votos (mais de 50%), argumento que não foi aceito pela Justiça Eleitoral.

A oposição aglutinava-se em torno da questão do alinhamento com os Estados Unidos e da política econômica. Os udenistas, ou como eram chamados pejorativamente “entreguistas” eram contra a intervenção do estado na economia, como, por exemplo, na tentativa de Vargas controlar as remessas de lucros das companhias estrangeiras.

A oposição se tornou mais ácida quando dos debates em torno da questão do petróleo. Vargas argumentava que o Brasil deveria ter uma indústria própria, e deram início à campanha “O Petróleo é nosso”. A oposição dizia que a exploração deveria ser feita por empresas estrangeiras, notadamente, americanas. Os nacionalistas ganhariam, e em 1953 era criada a Petrobrás. Em outras questões, porém, como a remessa de lucros para o exterior os “entreguistas” teriam maior êxito.

Mesmo com o apelo populista e com uma grande aceitação entre os trabalhadores, o governo Vargas será marcado por inúmeras greves, uma vez que o alto custo de vida e a inflação em torno de 50% ao ano corroíam o salário dos trabalhadores. Esse movimento ficou conhecido como greve dos 300 mil.

Em meio às turbulências, no ano de 1953 Vargas nomeia para o cargo de ministro do trabalho o também gaúcho João Goulart (ou Jango). Com muita habilidade Goulart consegue negociar com os sindicatos e propõem um reajuste do salário mínimo de 100%.  Tal proposta foi condenada pela UDN e por parte dos setores militares, e sob pressão Getúlio foi obrigado a demitir Goulart. Mesmo assim, em 1 de maio de 1954 Vargas autoriza o aumento prometido. O que é importante constatar é a tensão entre Vargas e os setores oposicionistas, que liderados por Lacerda ameaçavam crescentemente a estabilidade política.

Contestado de certa forma pelos trabalhadores que enchiam as ruas; sem o apoio das elites e classes médias; abertamente criticado pelo governo dos EUA, que eram contra a autonomia brasileira, em especial na questão da criação da Petrobrás, fazendo, inclusive, campanhas contra a importação do açúcar brasileiro; e ainda, perdendo crescentemente o apoio dos setores militares, Vargas se via cada vez mais em um beco sem saída. Se não bastasse isso, tinha que suportar a forte oposição da UDN e de Lacerda, que conseguia mobilizar a mídia em uma grande campanha difamatória, onde Vargas era acusado de corrupção e de sórdidas ligações com os comunistas.

Em 5 de agosto de 1954 ter-se-ia o fato que precipitaria a queda de Vargas. Lacerda foi vítima de um atentado, onde sobreviveu, mas seu acompanhante, um major da Aeronáutica acabou morrendo. Em investigação paralela promovida pela própria Aeronáutica, concluiu-se que Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio era o mandante do crime. A UDN e Lacerda imediatamente acusaram Vargas de ser o mandante do crime. Nos dias seguintes a UDN faria forte campanha exigindo que os generais derrubassem Vargas. Nos dias 22 e 23 de agosto os militares, por fim, dariam o ultimato a Getúlio exigindo sua renúncia.

Pressionado e sem ter como reagir Getúlio cometeu o suicídio, deixando uma carta-testamento para o povo. Trata-se de um dos mais importantes documentos da história recente do Brasil, que explicita os ideais do nacionalismo econômico e do populismo. Não obstante, a morte de Vargas (24 de agosto) traria grande comoção nacional. Uma multidão tomou as ruas, a embaixada americana foi atacada e com medo das manifestações populares, os opositores de Vargas fugiram do país, inclusive, Carlos Lacerda.

Por outro lado, o suicídio de Vargas alterou drasticamente a situação e a imagem negativa que o seu governo tinha naquele momento, preservando a popularidade dos políticos trabalhistas alinhados com Vargas e, muito provavelmente, suspendendo uma possibilidade de golpe militar, que acabaria se concretizando apenas em 1964. Ainda, a morte de Vargas – percebida em conjunto com grande comoção popular – facilitaria a candidatura e eleição em 1955 de Juscelino Kubitschek.  

Na cartoon abaixo, publicada por J.Carlos em 1950 temos uma refência clara a sinuosa trajetória política de Vargas, alterando governos democráticos e períodos autoritários. Na sequência, a cartoon de 1954 se refere ao período final do governo Vargas e a intensa pressão para que deixasse o poder.



QUANDO AS CIRCUNSTÂNCIAS PERMITEM
- Moço, moço, este bonde passa na rua da Constituição?

- Às vezes.

Período democrático (3 de 5) - Juscelino Kubitschek

 Fonte: Imago História



Após o suicídio de Getúlio Vargas a democracia no Brasil estava seriamente ameaçada. No curto espaço de 16 meses sucederam-se três presidentes. Em 1955 a UDN, prevendo mais uma derrota nas urnas esforçava-se para tentar suspender as eleições e articular um golpe militar no Brasil.

Após a vitória nas urnas de Juscelino Kubitschek e do seu vice, João Goulart, a UDN passou a conspirar contra o governo eleito. É nesse âmbito que a UDN, totalmente inconformada com a derrota nas urnas tenta articular um golpe de estado. Nesse momento de extrema tensão foi fundamental a intervenção do general Henrique Teixeira Lott, então ministro da Guerra, que colocando as suas tropas nas ruas, nos prédios públicos e principais rádios e jornais garantiram a posse do presidente eleito.

O Governo JK, considerado uma ponte entre o velho e o novo Brasil, foi marcado por importantes realizações administrativas. No campo econômico adotou a política desenvolvimentista. Desenvolvimentismo é qualquer tipo de política econômica baseada no crescimento da produção industrial e da infra-estrutura, com participação ativa do estado, podendo se associar ao capital privado nacional e estrangeiro. Muitas vezes, o governo busca atrair capitais estrangeiros, concedendo às empresas multinacionais facilidades, inclusive, com a isenção de impostos.

No caso de JK, apesar da participação do capital estatal e nacional privado, a grande opção foi pelo modelo de desenvolvimento dependente, onde se tem a abertura do país ao capital estrangeiro, em especial norte-americano, concedendo-se facilidades excepcionais.

Com o seu Plano de Metas, que adotava o lema “50 anos em 5” o governo JK tinha como objetivo a aceleração do desenvolvimento econômico, crescendo o equivalente a 50 anos em apenas cinco. Foram definidas cinco grandes áreas em que o governo JK prometeu investir o dinheiro público: energia, transportes, alimentação, indústrias e educação.

O crescimento industrial no período do governo Kubitschek foi o maior de toda a história do Brasil. Em seu governo, a produção industrial cresce 80 %, sendo que o crescimento da economia alcançou robustos 8,1% ao ano.

Pode-se dizer que das áreas previstas para grandes investimentos nos Planos de Metas, a dos transportes recebeu grandes investimentos, em especial a rede rodoviária, uma vez que atendia o interesse das multinacionais dos automóveis que se instalavam em território nacional. Foi construída a Belém-Brasília (com 2000 km), a Acre-Brasília (com 2.500 km). A Fortaleza-Brasília (com seus 1500 km) entre outras. Tratava-se de interligar o Brasil a sua nova capital, ao novo centro do poder.

A opção pelo transporte rodoviário e a instalação das multinacionais, entre outras conseqüências ocasionou a venda da única fábrica de motores nacionais, a estatal FNM, deixando definitivamente o país de fora de um dos maiores negócios do mundo, hoje totalmente absorvido pelas montadoras internacionais. Por outro lado o modelo rodoviário foi altamente nocivo, uma vez que alongo prazo significou o abandono dos investimentos no transporte público e do sistema ferroviário nacional. Para se ter uma idéia, atualmente, a pequena e sucatada malha ferroviária existente, em comparação com a vasta extensão territorial do país, resulta numa densidade ferroviária inferior a da Argentina, da Bélgica e de outros países.

Símbolo de seu governo, a construção de uma nova capital, Brasília (inaugurada em 21 de abril de 1960) é justificada pela necessidade de levar o desenvolvimento ao interior do Brasil. Planejada por Oscar Niemeyer e Lucio Costa a nova cidade, de arquitetura moderna, foi construída no interior do país, onde não havia absolutamente nada. À obra, contudo, por vezes foi criticada pelos seus altos custos, pelo favorecimento de empreiteiros na execução do projeto, e por ocasionar um agravamento do processo inflacionário.

Em termos políticos, com maioria no Congresso, com a atuação de João Goulart junto aos sindicatos e o apoio do general Lott entre os militares, o governo JK foi marcado pela estabilidade, com a possibilidade de livre manifestação dos partidos políticos, liberdade de expressão e garantia dos direitos individuais, com a exceção do PCB, que no contexto da Guerra Fria continuava na ilegalidade.

Afora o extraordinário crescimento econômico do período JK e o expressivo aumento da renda per capita (três vezes maior) o período final do seu governo já assinalava os efeitos nocivos da política desenvolvimentista dependente. O rápido crescimento da indústria e os gastos com a construção da capital estão entre os fatores que elevam a inflação e a dívida interna e externa. Por outro lado, JK não conseguiu minimamente resolver os problemas estruturais do país, em especial a crescentes desigualdades sociais e regionais.

Kubitschek termina o mandato com boa popularidade. Mas fica uma crise econômica de herança para o próximo governo. O período JK marca a consolidação da atividade industrial brasileira, e na memória do povo brasileiro é lembrado como uma época de otimismo e de grandes realizações como a construção de Brasília. Contudo, JK não conseguiu eleger o candidato que teve o seu apoio, o general Lott, que há alguns anos atrás garantira a em meio às turbulências a sua posse.

A charge abaixo mostra, por um lado Brasília, e por outro, a opção pela expansão da rede rodoviária (com grande interesse das multinacionais dos automóveis). Na sequência anúncio publicitário da FNM.



Meta de faminto
JK – Você agora tem automóvel brasileiro. Para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Que mais quer?
Jeca – Um prato de feijão brasileiro, seu douto!

Solidão
- É uma mensagem de JK convidando vossa majestade para a inauguração de Brasília!
- Ora essa! Deserto por deserto, prefiro ficar por aqui...
 Legenda:
- 500 pratas por dois sanduíches mistos?!
- Aqui, em Brasília, freguês, tudo é multiplicado por dez!...
A construção de Brasília, no interior do país é retratada na imagem abaixo. Da cidade do Rio de Janeiro, a capital federal será transferida para o interior do Brasil, longe das pressões e manifestações populares.

Período democrático (4 de 5) - Jânio Quadros

 Fonte: Imago História



Em meio às suspeitas de corrupção durante o Governo JK (em especial na construção de Brasília), com amplo apoio dos estratos médios urbanos e da UDN e utilizando-se de expediente evidentemente populista Jânio Quadros é eleito presidente em 1960 com a maior votação até então registrada no Brasil, mais de 5,5 milhões de votos, representando 48% do total dos votos.

Com um discurso altamente paternalista e populista, Jânio costumava andar com suas roupas propositadamente amassadas e não suficiente, carregar sanduíche de mortadela nos bolsos. Ao mesmo tempo fazia o possível para reforçar a imagem de um político honesto, utilizando como símbolo de sua campanha uma vassoura, acompanhado do jingle:

Varre, varre, varre, varre, vassourinha.
Varre, varre a bandalheira,
Que o povo já está cansado
De sofrer desta maneira.

O governo Jânio Quadros durou apenas 7 meses e é marcado por medidas que variavam de insignificantes, extravagantes e desconcertantes, engendrando uma forte oposição interna, fruto, sobretudo, de uma rápida radicalização no sentido de uma política externa independente.

Em termos econômicos, assumindo o governo em um momento onde a inflação o custo de vida e a divida externa estava altos, o governo de Jânio Quadros adota as orientações do FMI e se destaca por uma política de contenção de gastos e austeridade fiscal, com cortes nos gastos públicos, “arrocho” salarial, combate a inflação e aumento da taxa de juros. Medidas extremamente desagradáveis, colocando o país em recessão econômica, o que rapidamente acaba com a sua popularidade.

Por outro lado, Jânio Quadros criou Comissões de Sindicâncias para investigar a corrupção durante o governo JK, o que evidentemente contrariava inúmeros parlamentares envolvidos em desvios volumosos de dinheiro público.

Simultaneamente, em termos de política externa, Jânio Quadros adotou muito rapidamente uma radicalização de seus discursos, assumindo uma Política Externa Independente, recusando o alinhamento automático com os Estados Unidos, e restabelecendo relações diplomáticas com a União Soviética e com a China – mesmo sendo anticomunista – declarando-se, ainda, abertamente contra a invasão de Cuba pelos Estados Unidos e dando apoio aos países africanos na luta pela independência frente a Portugal.

Não suficiente Jânio Quadros utilizava-se de factóides e singulares proibições, como no caso do uso de biquinis em concursos de beleza, as rinhas de galo, o lança-perfume em bailes de carnaval e o carteado. Contudo, seu ato mais ousado foi a condecoração do misnistro e ex-gerilheiro Ernesto Che Guevara com a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

Tal medida descontentou grande parte dos setores militares e conservadores. A partir deste momento a UDN e, em especial, Carlos Lacerda se colocam publicamente em rede de televisão contra o governo de Jânio Quadros acusando-o de conspiração comunista e de planejar instaurar uma ditadura no Brasil.

Com uma frágil sustentação política, sem o apoio da UDN, desconcertando os setores militares e a tradicional submissão aos Estados Unidos, desagradando a direita e os setores conservadores com sua aproximação em relação aos países socialistas, combatendo os partidos de esquerdas e declarando-se anticomunista, e, não obstante, desagradando a população em geral com medidas factóides e com a desvalorização dos salários, Jânio Quadros cada vez mais carecia de estabilidade e apoio que sustentassem suas perípecias e ousadia política. Frente ao ataque explicito de Lacerda, Jânio Quadros surpreende a todos e no dia 25 de agosto de 1961 renuncia a presidência da República, deixando uma carta para ser entrege ao Congresso; pedido esse que imediatamente foi aceito.

Especula-se, por uma lado, que Quadros escreveu a carta em um momento de incerteza acreditando que não seria entregue. Diz-se ainda, que na verdade, tentava utilizar o seu apoio popular para aumentar seus poderes junto ao Congresso, neste caso, acreditaria que assim que anunciasse sua renúncia, o povo sairia às ruas exigindo sua volta ao poder (tentativa de um golpe de estado). Neste caso, talvez se lembrasse da comoção que acompanhou a morte de Vargas; seja como for, a população não saiu às ruas, e o Congresso prontamente aceitou a renúncia e Janio Quadros iniciaria um longo período de ostracismo político.

Repare que na cartoon abaixo temos ao mesmo tempo uma referência aos problemas que o Brasil enfrentava no momento em que Jânio Quadros assumiu o poder, em especial todas as suspeitas de fraudes e a grande corrupção que envolveu a construção de Brasília. A vassoua é a grande marca da campanha de Jânio, que prometia sanear as finanças nacionais, o que até tentou, mas com medidas extremamente desagradáveis, como, por exemplo, o "arroucho salarial".


A cartoon faz referência ao caráter populista de Jânio Quadros, uma das suas estratégias utilizadas para conseguir se eleger presidente em 1960.
UMA IDÉIA
Leandro - É muita sujeira, seu Jânio! São Cordilheiras!
Jânio - Com a industrialização de todo esse lixo quem sabe seu Leandro, se não salvaremos as finanças nacionais?!
THÉO. Careta, ano 52, 1960

Período Democrático (5 de 5) - João Goulart

Fonte: Imago História


A renúncia de Jânio Quadros instaurou um quadro de extrema instabilidade no Brasil. Carlos Lacerda e boa  parte dos setores militares não estavam dispostos a aceitar a posse de João Goulart, vice-presidente, tido como excessivamente de esquerda e acussado  de ter ligações com o comunismo.

Nesse contexto a previsibilidade de um golpe militar que acompanhava a democracia brasileira desde 1946 parecia muito próximo. Contudo, o movimento cívico-militar encabeçado pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola – cunhado de Jango – por meio da conhecida Rede da Legalidade começou a se mobilizar para garantir a posse do vice-presidente. No Rio Grande do Sul, parcela da população civil pegou em armas para garantir o cumprimento da lei. A UNE e vários sindicatos declararam greve, a OAB e a CNBB declararam apoio ao cumprimento da Constituição.

Nesse contexto de instabilidade política, se estabeleceu um acordo, onde a posse de João Goulart aconteceria, mas por meio de uma “solução de compromisso”, que através de uma emenda à constituição estabelecia o parlamentarismo no país. Assim Goulart assumia a presidência mas o chefe de governo seria o primeiro-ministro.

Os militares ordenaram o bombardeio do Palácio do Piratini no RS, mas os sargentos impediram que os aviões decolassem.

A “solução de compromisso” previa um plebiscito para legitimar a alteração na forma de governo. Assim, em 1963 quase 80% dos brasileiros decidiram pela volta do presidencialismo, devolvendo os poderes de chefe do governo ao presidente João Goulart.

O governo Goulart foi marcado pela instabilidade política e economica. Pressionado pela crise na economia, Jango procurou se aproximar dos movimentos sociais, comprometendo-se a recuperar o poder de compra dos trabalhadores.

Tentou colocar em prática o Plano Trienal, onde previa uma série de reformas com a finalidade de dar um novo dinamismo ao capitalismo brasileiro, como a reforma agrária, educacional (com investimentos de 15% da renda produzida no Brasil), administrativa, tributária (com limitação das remessas de lucros) e urbana (as pessoas poderiam ficar com apena uma casa). Além disso, Goulart tinho como objetivo controlar o capital estrangeiro e criar monopólios de setores estratégicos da economia do país. Delineia-se a volta do nacionalismo, com uma grande intervenção do estado na economia.

É claro que muitos setores da sociedade brasileira não simpatizavam minimamente com Jango, e muito menos com suas propostas de reforma de base. Junte-se a essa falta de apoio o contexto da Guerra Fria e o “medo do comunismo”, além da ascenção dos movimentos sociais no Brasil, em especial das Ligas Camponesas, que exigiam uma grande reforma agrária, assunto abominado pelos grandes latifundiarios e setores conservadores.

De ambos os lados as posições se radicalizavam. Jango tinha que lutar tanto contra os setores de direita, que o acusavam de conspiração com os comunistas, como com os de esquerda, que exigiam a radicalização das reformas, mesmo sem aprovação do Congresso (Jango não tinha a maioria entre os parlamentares).

A partir do segundo semestre de 1963 a situação política e a sustentação de jango no poder começaria a tomar rumos imprevisíveis. Em setembro, um grupo de sargentos tomou Brasília pela força, trazendo um grande desgaste para o governo. Poucos dias depois, Lacerda (que na ocasião era governador da Guanabara) em entrevista a um jornal norte-americano atacou Jango e apleou para que os Estados Unidos itervisse a situação política brasileira. Para tentar acabar com as hostilidades da oposição, Jango vai solicitar ao Congresso a aprovação do estado de sítio, suspendendo as garantias individuais e possibilitando assim a repressão dos opositores. A medida não foi bem recebida e a situação de Jango, se tornou ainda mais delicada. Enquanto isso, a crise economica se intensivicava e a inflação para o ano de 1963 batia na casa dos quase 80%.

E nesse contexto que tem-se no dia 13 de março de 1964 – com o apoio dos movimentos de esquerda – o famoso Comício da Central do Brasil, onde centenas de milhares de pessoas ouviram Jango criticar a Constituição de 1946 e anunciar as reforma de base, entre elas a nacionalização de todas as refinarias de petróleo particulares e a desapropriação das terras com mais de 100 hectares situadas às margens das rodovias e ferovias federais.

Imeditamente os setores conservadores da sociedade brasileira reagiram, e no dia 19 de março acontece a gigantesca manifestação conhecida como “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, onde assustados com as medidas de Jango e com a sempre temida ameaça comunista exigem a deposição do presidente.

A manifestação conservadora deu um soposto apoio popular, e a singular revola dos marinheiros entre os dias 25 e 27 de março, que se insurgiram contra o comando da Marinha – no qual Jango se pocisionou a favor, concendendo a anistia – caracterizou uma suposta quebra de hierarquia, dando aos setores militares conservadores a motivação para consumar o golpe militar.

Assim, no dia no dia 31 de março de 1964, sob a alegação de quebra da disciplina das Forças Armadas e do perigo comunista, um grupo de soldados comandados pelo general Olímpio Mourão Filho partiu de Juíz de Fora com o objetivo de derrubar o presidente. Efetivametne, Jango poderia ter mobilizado as tropas que se mantinham fiéis ao governo federal e impedir o avanço das tropas, tentando suspender o golpe ou ao menos ganhar mais tempo. O problema é que Jango ficou sabendo que os EUA já haviam colocado em ação a operação Brother Sam e em caso de resistência armada de Jango ajudariam os golpistas com apoio diplomático, financeiro e em caso de necessidade, inclusive, militar. Rumava em direção ao Brasil uma considerável frota norte-americana, com porta-aviões, destróieres e aviões de combate com grande poder de fogo.

Com o risco de uma guerra civil e da intervenção dos Estados Unidos na soberania nacional, Jango tentou convencer os militares a manter a fidelidade e suspender o golpe, sem nenhum sucesso. Naquele momento, o golpe articulava governadores de importantes estados brasileiros, em especial São Paulo, Minas Gerais, Guanabara e Rio Grande do Sul, os setores conservadores da sociedade brasileira, políticos de oposição e, inclusive, o presidente do Congresso Nacional, além do governo dos Estados Unidos que se posicionavam a favor dos militares com apoio bélico.

Tratava-se, sobretudo, de garantir uma modernização conservadora, dentro da ordem do capitalismo internacional vigente, afastando as massas populares e os movimentos de oposição da cena política e garantindo os interesses das elites brasileira.


A charge abaixo faz uma referência direta aos intentos de João Goulart levar a cabo a reforma agrária. O cartunista faz uma comparação entre a agricultura americana e a russa, deixando implicito uma crítica as supostas inclinações socialistas do presidente. Trata-se de uma charge bastante conservadora.

Na cartoon abaixo observa-se uma referência direta em relação as reformas de base propostas por João Goulart, que é, claro, contrariava os interesses dos setores conservadores.

O Absolutismo (ppt)

A Contrarreforma


Inquisição, uma das modalidades da Contrarreforma católica.


A Contrarreforma, de modo geral, consistiu em um conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes. Longe de promover mudanças estruturais nas doutrinas e práticas do catolicismo, a Contrarreforma estabeleceu um conjunto de medidas que atuou em duas vias: atuando contra outras denominações religiosas e promovendo meios de expansão da fé católica.

Uma das principais medidas tomadas foi a criação da Companhia de Jesus. Designados como um braço da Igreja, os jesuítas deveriam expandir o catolicismo ao redor do mundo. Contando com uma estrutura hierárquica rígida, os jesuítas foram os principais responsáveis pelo processo de catequização das populações dos continentes americano e asiático. Utilizando um sistema de rotinas e celebrações religiosas regulares, a Companhia de Jesus conseguiu converter um grande número de pessoas nos territórios coloniais europeus.

A Inquisição, instaurada pelo Tribunal do Santo Oficio, outra instituição eclesiástica criada na Contrarreforma, teve como principal função combater o desvio dos fiéis católicos e a expansão de outras denominações religiosas. Além de perseguir protestantes, a Santa Inquisição também combateu judeus e islâmicos, que eram considerados pecadores e infiéis. Entre outras formas, a Inquisição atuava com a abertura de processos de investigação que acatavam denúncias contra hereges e praticantes de bruxaria. Caso fossem comprovadas as denúncias, o acusado era punido com sanções que iam desde o voto de silêncio até a morte na fogueira.

Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, selou o conjunto de medidas tomadas pela Contrarreforma. No Concílio de Trento estabeleceu-se o princípio de infabilidade papal e a declaração do Índex, conjunto de livros proibidos pela Igreja. Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, foi proibida a venda de indulgências e todas as doutrinas católicas foram reafirmadas.

In:  http://www.brasilescola.com/historiag/contra-reforma.htm

A Reforma Religiosa

O processo de divisão do cristianismo denominou-se Reforma e às novas igrejas, protestantes. A reação da Igreja católica ao protestantismo chamou-se Contra-Reforma.

Em suma, a vida desregrada, a opulência e o luxo do alto clero, a venda de cargos eclesiásticos, a venda de relíquiassagradas” (Simonia) e de indulgências (absolvição papal a pecados cometidos) transformaram a Igreja em alvo de contestações.


Venda de indulgencias, pratica católica combatida por protestantes. Ilustração do séc. XVI. Bridgemann art library.



A Reforma na Alemanha



A Reforma iniciou-se na Alemanha. A liderança coube ao frade Martinho Lutero, com suas pregações na Universidade de Wittenberg, na Saxônia, defendendo a doutrina da salvação pela fé. Em 1517, revoltado com a venda das indulgências, fixou as 95 teses, itens onde criticava o sistema clerical, a venda das indulgências e de cargos eclesiásticos.

Martinho Lutero aos 46 anos. Obra de Lucas Cranach, 1529.

A “Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências”, conhecida como “95 Teses”, desafiou a Igreja, a autoridade do papa e a utilidade das indulgências.

As 95 teses impulsionaram o debate teológico resultamdo no nascimento das tradições luteranas, reformadas e anabaptistas no cristianismo. Este documento é considerado um marco da Reforma Protestante.



Texto e Contexto


95 Teses de Martinho Lutero


“21. Erram os pregadores de indulgências quando dizem que pelas indulgências do papa o homem fica livre de todo o pecado e que está salvo.
33. Deve-se desconfiar daqueles que dizem que as indulgências do papa são um inestimável dom divino pelo qual o homem se reconcilia com Deus.”


A ação de Lutero foi em grande parte uma resposta à venda de indulgências por João Tetzel, um frade dominicano, delegado do Arcebispo de Mainz e do papa. O objectivo desta campanha de angariação de fundos foi o financiamento da Basílica de S. Pedro em Roma.

Em 1520, o papa Leão X, por meio de uma bula, intimou Lutero a se retratar. Lutero queimou a bula papal, sendo excomungado.


Em 1529, devido à expansão das idéias reformistas, Carlos V convocou uma assembléia, a Dieta de Spira, que decidiu tolerar a doutrina luterana das regiões convertidas. Contudo, o problema foi resolvido somente em 1555, com a Paz de Augsburgo, acordo segundo o qual cada príncipe tinha o direito de escolher a sua religião.

Em 1530, Lutéro escreveu a Confissão de Augsburgo, a doutrina luterana: fé como única fonte de salvação; supressão do clero regular, do celibato e das imagens (ícones); livre interpretação da Bíblia; submissão da Igreja ao Estado; manutenção de dois sacramentos: o batismo e a eucaristia.*
*(corpo e o sangue de Jesus Cristo estão presentes sob as espécies do pão e do vinho)

A Reforma na Inglaterra

Na Inglaterra, o líder da revolução protestante foi o próprio rei Henrique VIII. Henrique VIII rompeu com o papado porque pretendia desfazer seu casamento com Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena, alegando querer um herdeiro para o trono.

Sendo este casado com Catarina de Aragão e estando apaixonado por Ana Bolena, Henrique solicita ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique faz-se proclamar, em 1531, protector da Igreja inglesa.

Henrique VIII rompeu oficialmente com a Igreja de Roma publicando, pelo Parlamento, o Ato de Supremacia (1534), por meio do qual se tornava chefe da Igreja na Inglaterra, mais tarde denominada anglicana. Excomungado pelo papa, o rei confiscou os bens da Igreja católica no país.

A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre os extremos romanos e puritanos. Assim aceitam os dois sacramentos do Evangelho: o Santo Batismo, através do qual a pessoa é feita membro da Igreja de Cristo, sendo que tal graça é complementada na Confirmação, e na Santa Comunhão, que une o cristão ao sacrifício de Cristo Jesus que os alimenta com seu corpo e sangue.




O Calvinismo


Na Suíça, região de próspero comércio, a Reforma protestante iniciou-se com Ulrich Zwinglio, seguidor de Lutero. Depois chegou à Suíça o francês João Calvino. Conquistando Genebra com suas pregações, Calvino adquiriu controle da vida religiosa, política e moral dos cidadãos da cidade.


Calvino admitia apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia e condenava a adoração de imagens. O culto em suas igrejas resumia-se simplesmente ao comentário sobre a Bíblia, eliminando as cerimônias pomposas.

Vivendo em uma cidade de mercadores, Calvino criou uma doutrina que alicerçava espiritualmente o capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho, favorecendo a burguesia.



A Contra-Reforma

A expansão do protestantismo pela Europa fez com que a Igreja católica buscasse contê-la. Foi a Contra-Reforma.


Fundou-se a Companhia de Jesus (1534), idealizada por Ignácio de Loyola, a fim de combater a expansão protestante, com a difusão do catolicismo, através da catequização e a educação.

Em 1545, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento para estudar os problemas da fé. Porém, o Concílio reafirmou os dogmas cristãos, como o princípio da salvação pela fé e boas obras, o culto à Virgem Maria e aos santos, a existência do Purgatório, a infalibilidade do papa, o celibato do clero, a manutenção da hierarquia eclesiástica e a indissolubilidade do casamento.

Por outro lado, proibiu a venda de indulgências, criaram-se seminários para formar os eclesiásticos, impedindo a venda dos cargos.

Pelo Concílio, a Inquisição ou o Tribunal do Santo Ofício, foi reativado. Nessa época foi criado o Indéx, lista de livros proibidos pela Santa Igreja.



Conseqüências da Reforma Religiosa


• Enfraquecimento do poder político da Igreja Católica;


• Aumento do poder dos reis protestantes, que deixaram de sofrer as interferências do papa nos assuntos de seus países. Nos países católicos, aumento do poder real para defender a Igreja;


• Fortalecimento dos ideais burgueses, principalmente com a difusão do Calvinismo, que justificava o lucro;


• Difusão da instrução religiosa, pois os protestantes passaram a ler a Bíblia (traduzida para o alemão) e os católicos puderam aprofundar seus conhecimentos;


• Estímulo à participação dos fiéis nos cultos religiosos;


• Origem de conflitos entre católicos e protestantes, cada qual pretendendo aumentar sua influência. Na França, por exemplo, houve a Noite de São Bartolomeu (1572), ocasião em que mais de 30 mil protestantes foram mortos por católicos;


• Criação do movimento da Contra-Reforma, reação da Igreja católica à Reforma protestante. 
 
In:  http://novahistorianet.blogspot.com.br/2009/01/reforma-religiosa.html

domingo, 5 de agosto de 2012

Resolução atividade Guerra Fria (9º ano)


1.     Qual o significado da expressão "Guerra Fria"?
O período marcado pela disputa ideológica, política e econômica por áreas de influência entre o governo capitalista dos EUA e o governo socialista da URSS recebeu esse nome por que as duas potências não chegaram a se enfrentar diretamente.

2.     Os Estados Unidos e União Soviética saíram da Segunda Guerra como líderes mundiais representativos dos sistemas capitalista e socialista, respectivamente. Caracterize cada um desses sistemas econômicos.

Capitalismo
·                   Proteção à propriedade privada dos bens
·                   Liberdade de escolha
·                  Consumismo
·                  Visa o lucro
·                  Estado deve evitar intervir na economia

Socialismo
·                 Meios de produção são socializados
·                 Não existe propriedade privada
·                 Bem comum acima do individual
·                Planificação da economia pelo Estado


3.     Por que o Muro de Berlim, construído em 1961, era considerado o símbolo da Guerra Fria?
O muro de Berlim separava a cidade em duas áreas de influência: o lado capitalista e o lado socialista. Foi considerado um símbolo do mundo bipolarizado.

4.     Alguns estudiosos consideram o início da Guerra Fria o ano de 1947, quando o presidente americano Harry Truman lançou no Congresso dos Estados Unidos a Doutrina Truman. Em que ela consistia?
A Doutrina Truman foi a nova orientação política norte-americana no pós-guerra. De acordo com ela, os EUA assumiram a posição de líder dos países capitalistas ocidentais para enfrentar o avanço soviético, oferecendo apoio econômico e, principalmente, militar aos países capitalistas da Europa.

5.     No contexto do pós-guerra, o que representava a “cortina de ferro”?
Era a dominação hegemônica da URSS no leste europeu. Ou seja, foi uma expressão usada para designar a divisão da Europa em duas partes: a ocidental e a oriental como áreas de influência político-econômica distintas; o domínio da URSS no leste europeu.

6.     O que visava o Plano Marshall, organizado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial?
O Plano Marshall foi o complemente econômico da Doutrina Truman (lançado ainda em 1947), que previa ajuda econômica para a reconstrução dos países europeus arrasados pela Segunda Guerra.

7.     Qual o objetivo da URSS ao criar o COMECON?
O COMECON (ou Conselho para Assistência Econômica Mútua) foi a resposta da URSS ao Plano Marshall. Assim com os EUA apoiaram os capitalistas, a URSS forneceu ajuda militar e econômica aos países do bloco socialista. Foi criado em 1949 com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento e integrar as economias do leste europeu.

8.     De forma geral, a Guerra Fria se desenvolveu através de ações governamentais implementadas pelos líderes de cada bloco, que tinham interesse em expor a hegemonia do sistema que representavam. Cite a ação militar de cada bloco e o respectivo ano de seu lançamento.

OTAN (EUA)
·                  Criado em 1949
·                   Espécie de escudo militar do Ocidente capitalista contra a expansão do bloco soviético

Pacto de Varsóvia (URSS)
·                   Criado em 1955
·                   Pacto que previa o apoio mútuo dos países socialistas no caso de conflitos armados.


9.     A rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética, ao longo da Guerra Fria, manifestou-se através de vários elementos que visavam mostrar ou manter o poder de cada um destes países, como a corrida armamentista, os órgãos de espionagem e a corrida espacial. Explique cada um deles.
A corrida armamentista foi a disputa entre os EUA e a URSS pela capacidade de produzir armas com poderes cada vez maiores de destruição.

Os órgãos de espionagem durante a Guerra Fria eram: a Agência Central de Inteligência (CIA), criada em 1947, nos EUA, e o Comitê de Segurança do Estado (KGB), criado em 1954, na URSS.

Durante a Guerra Fria, os EUA e a URSS investiram também no desenvolvimento de tecnologia espacial. Esses investimentos eram estratégicos, pois os foguetes utilizados nos lançamento de espaçonaves e satélites podiam ser lançados também para o lançamento de mísseis nucleares a longa distância. Além disso, os satélites colocados na órbita terrestre poderiam servir para a monitoração e o controle do que acontecia nas mais diversas regiões do planeta.

10.  Qual a relação entre o desenvolvimento nuclear e o “pesadelo atômico”?
Além das bombas nucleares, os EUA e a URSS desenvolveram mísseis intercontinentais que podiam ser lançados a longas distâncias para atingir o território inimigo. A produção dessas armas e a possibilidade de uma guerra nuclear provocaram pânico nos habitantes desses países. As pessoas, dominadas pelo temor de uma possível guerra nuclear, construíram muitos abrigos, abastecendo-os com mantimentos suficientes para algumas semanas.

11.  Por que os governos dos EUA e da URSS assinaram acordos que limitavam a corrida armamentista?
Os governos dos EUA e da URSS assinaram acordos que limitavam a corrida armamentista por que eles estavam apreensivos diante do grande potencial destrutivo de suas armas nucleares, além da catástrofe que poderia ocorrer no caso de uma nova guerra mundial.

12.  Em 1947, o senador anticomunista Joseph McCarthy passou a liderar o movimento de “caça às bruxas”. Explique o que foi esse movimento.
Em 1947, o governo dos EUA reativou o Comitê de Atividades Antiamericanas do Congresso para investigar supostas infiltrações de agentes comunistas em suas instituições. Esse movimento foi organizado pelo senador Joseph McCarthy que liderou a chamada “caça às bruxas”, criando um ambiente de medo e intolerância na sociedade norte-americana. Por meio deste, qualquer manifestação supostamente comunista passou, então, a ser investigada. Artistas, intelectuais e cientistas foram perseguidos, muitos presos e alguns até condenados à morte.

13.  Diante do que você estudou acerca da Guerra Fria, explique a frase proferida pelo cientista Albert Einstein sobre o período:


“Não sei como será a Terceira Guerra Mundial será, mas posso te dizer como será a Quarta: com paus e pedras”.