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segunda-feira, 24 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Quem não gosta de praia? (Curiosidade, 8º ano, Executivo)


Temperatura nas alturas, cheiro de protetor solar, gosto de picolé, mate e biscoito de polvilho na boca. Guarda sol, cadeira, canga. Primeiro as brincadeiras, depois a galera. Para muita gente, verão é isso: praia.




Praia do Campinho, em Maraú, na Bahia (Foto: FlaviaC / Wikimedia Commons)

Claro que nem todo mundo gosta de ir à praia e que até há bons sujeitos entre os que não gostam. Mas, em um país como o Brasil, com quilômetros e quilômetros de praias lindíssimas, ir à praia no verão é algo quase natural.
Engraçado que, se voltássemos uns duzentos anos no tempo, ir à praia como nós vamos hoje não seria nada normal. Muito pelo contrário: tomar banho de mar era muito estranho e usar biquíni ou calção, ainda mais em público, nem pensar! É isto mesmo o que você deve estar pensando: até o lazer tem história.
Esta nossa história começa em 1810, pouco depois de a corte portuguesa chegar ao Rio de Janeiro. Com a perna infeccionada por conta de uma picada de carrapato, o rei dom João VI seguiu as recomendações médicas e tomou um belo banho de mar –dentro de um barril, por medo dos caranguejos — e inaugurou oficialmente a temporada da praia na cidade.
Naquela época, entrar na água salgada para curar doenças era a última moda na Europa, desde que as ideias do médico inglês John Floyer, publicadas no início do século 18 no livro História do Banho Frio, se popularizaram entre os médicos ingleses e franceses. Acreditava-se que o banho de mar curava tudo, de doenças mentais a paralisia. Por que não curaria a perna do rei de Portugal, exilado no Brasil?
Pois curou. O banho de mar terapêutico logo virou mania na alta sociedade carioca, que pagava uma fortuna para entrar na água do mar com todo o conforto e ter um lugar para trocar e guardar as roupas.

In:  http://chc.cienciahoje.uol.com.br/quem-nao-gosta-de-praia/

sábado, 22 de junho de 2013

D. Pedro (8º ano, Executivo)

Pedro de Alcântara, mais conhecido como Dom Pedro, nasceu em Portugal no dia 12 de outubro de 1798, filho de Dom João VI e dona Carlota Joaquina.  Segundo alguns historiadores, Dom Pedro nasceu na transição de dois tempos: o fim do absolutismo e o começo do liberalismo político. As suas ideias refletiam as mudanças que ocorriam na Europa (Revolução Francesa), mas não se desvencilhava da corte absolutista na qual crescera.
No ano de 1808, a Coroa portuguesa, juntamente com 10 mil pessoas, entre elas a família real, a nobreza, os funcionários públicos e os empregados domésticos, embarcou para o Brasil sob ameaça da invasão francesa ao território português. O que se efetivou com o Bloqueio Continental que o Imperador francês Napoleão Bonaparte submeteu Portugal.    
No momento da fuga para o Brasil, a família real, juntamente com seus “convidados”, foram protegidos em alto mar pela esquadra inglesa (a Inglaterra era inimiga secular da França). No ano de 1820, eclodiu a Revolução do Porto em Lisboa, os portugueses reivindicaram o retorno de Dom João VI para assumir o trono português.
Sem ter o que fazer, Dom João VI retornou a Portugal, deixando o seu filho Dom Pedro como príncipe regente do Brasil. No momento em que retornou a Portugal, o rei viu o Governo Provisório convocar as Cortes (Assembleia Nacional, o Parlamento) para elaboração de uma Constituição para Portugal que seria aplicada às colônias portuguesas.
Os deputados portugueses, com a escrita da Constituição, desejavam instituir uma Monarquia Constitucional Liberal para Portugal e, ao mesmo tempo, queriam reestabelecer o pacto colonial no Brasil, como o retorno ao sistema de monopólio comercial, fechar os portos ao comércio estrangeiro (principalmente da Inglaterra), ou seja, queria efetivar uma recolonização (volta à condição de colônia) do Brasil.
Os brasileiros, temerosos com as ameaças, recusaram a obedecer às imposições do Parlamento português e rapidamente surgiu um forte desejo pela independência do Brasil. A liberdade de imprensa brasileira conquistada com a vinda da família real, logo propiciou a disseminação entre a população, as ameaças que o Brasil vinha sofrendo de Portugal, e publicavam notícias de várias independências de países latino-americanos, incentivando a crescente insurreição da população brasileira para a luta da independência.
O papel da imprensa no processo de independência do Brasil se configurou como um importante aspecto, alguns historiadores questionam essa importância da imprensa, pois acreditavam que a maioria da população era analfabeta, por essa razão, a população não conhecia os ideais que os jornais disseminavam. Ao mesmo tempo, a historiadora Isabel Lustosa¹ não questiona a quantidade de analfabetos, mas ressalta que os jornais tiveram sua importância: “conta-se que muitos jornais e panfletos eram lidos em voz alta nas praças, casas e nos botequins”, disseminando assim as ideias para independência entre as camadas populares.
Assim que os deputados portugueses exigiram o retorno de Dom Pedro a Portugal, os brasileiros insatisfeitos com as medidas adotadas por Portugal entregaram ao príncipe regente um abaixo assinado com oito mil assinaturas solicitando a sua permanência. Após ter recebido a lista de assinaturas, Dom Pedro proclamou a sua permanência: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que eu fico”. A partir de então, este fato que aconteceu no dia 09 de janeiro de 1822, ficou conhecido como o dia do “fico”.
O príncipe regente, declarando a permanência no Brasil, contrariou os grupos que apoiavam a política portuguesa, esse grupo era formado principalmente por portugueses comerciantes que viviam na cidade do Rio de Janeiro. Logo após ter expressado a vontade de ficar no Brasil, Dom Pedro nomeou José Bonifácio de Andrada (intelectual formado em Direito e Filosofia na Universidade de Coimbra, Portugal) para ministro do Reino e Estrangeiros e determinou que as medidas das Cortes portuguesas não tivessem validade no Brasil.
Em contraposição às medidas determinadas por Dom Pedro, os deputados portugueses enviaram despachos de Lisboa anulando os atos políticos adotados pelo príncipe regente e intimou-o a voltar imediatamente para Portugal. No momento que tais despachos chegaram ao Brasil, Dom Pedro se encontrava em Santos, onde resolvia alguns problemas políticos. Em retorno para o Rio de Janeiro, às margens do rio Ipiranga em São Paulo, a comitiva do príncipe encontrou-se com o mensageiro que levava as mensagens vindas de Portugal. Naquele mesmo local, Dom Pedro proclamou a Independência política do Brasil: “É tempo: independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”. 
Após a proclamação de Independência, no dia 12 de outubro de 1822, Dom Pedro foi nomeado imperador do Brasil em cerimônia realizada no dia 1º de dezembro, iniciando o período denominado de Primeiro Reinado (1822-1831). Este período ficou marcado pelas alianças políticas que o imperador manteve com uma elite conservadora, de grandes proprietários de terras, conservou alguns ministros de ideias liberais que apoiaram a Independência: José Clemente Pereira e Joaquim Gonçalves Lêdo, que faziam veemente oposição a José Bonifácio, acusando-o de ser conservador.
No ano de 1824, os Estados Unidos reconheceram a Independência do Brasil, em 1825 Portugal assinou um acordo por pressão inglesa reconhecendo a autonomia política brasileira, em troca Portugal solicitou um pagamento de dois milhões de libras esterlinas inglesas por parte do Brasil. Com enormes problemas financeiros, Dom Pedro contraiu uma dívida com a Inglaterra para pagar esta quantia solicitada por Portugal.
Em 1823, Dom Pedro convocou a Assembleia Constituinte formada por grandes proprietários de terra, comerciantes, magistrados, bacharéis e militares para redação da Constituição brasileira, a partir deste momento, iniciaram conflitos políticos entre uma elite liberal contra outra conservadora. Neste ínterim, Dom Pedro, receoso de ter seu poder enfraquecido, temeu uma Constituição de cunho liberal, então resolveu dissolver a Assembleia Constituinte, prendendo e expulsando do Brasil alguns políticos - entre eles José Bonifácio de Andrada.
Desde então, o partido português, formado por comerciantes lusitanos (eram contrários à independência), ganhou a simpatia do imperador. Para amenizar as divergências políticas, Dom Pedro nomeou um grupo de dez pessoas para redigir a Constituição que foi outorgada no ano de 1824. A primeira Constituição brasileira estipulava que o país era uma monarquia hereditária, a religião oficial era a católica, o voto era censitário, ou seja, somente uma elite financeira poderia votar e o principal poder seria o Moderador, exercido pelo monarca.
Com a Constituição de 1824, grande parte da população composta pela classe média, pobres, mestiços e escravos permanecia marginalizada politicamente, socialmente e economicamente. Houve neste momento uma crescente impopularidade do imperador, em 1824, iniciou-se em Pernambuco um movimento contrário à política de Dom Pedro, a chamada Confederação do Equador (de cunho separatista, queriam separar do Brasil) que rapidamente alcançou outras províncias do nordeste: Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Rapidamente, o imperador, temeroso de o movimento ganhar grandes proporções, decidiu esmagar e castigar violentamente os líderes.
As violentas medidas adotadas pelo imperador só serviram para desgastar a sua imagem perante a sociedade. Outro fato que ocasionou a insatisfação popular de Dom Pedro foi a Guerra Cisplatina (1825-1828), onde o Brasil mantinha incorporado ao seu território a Província Cisplatina (atual Uruguai) anexada durante a regência de Dom João VI. A luta pela província desencadeou uma guerra contra a Argentina que reivindicava a incorporação deste território. Esta província tornou-se um país independente chamado Uruguai.
Com a crescente insatisfação popular, os gastos com os massacres empreendidos durante os conflitos contra a Confederação do Equador e a Guerra Cisplatina, o povo passou por muitas dificuldades, com a aproximação do imperador ao partido português, a elite proprietária de terra brasileira temeu a recolonização do Brasil, o país passou por intensas crises financeiras, o Banco do Brasil decretou falência em 1829.
A imprensa brasileira publicava duras críticas ao imperador e, assim, iniciou-se crescentes agitações populares nas províncias. No ano de 1831, no dia 7 de abril, o Imperador abdicou do trono e retornou a Portugal (lá morreu acometido por tuberculose no ano de 1834). Como a monarquia era hereditária, seu filho Pedro de Alcântara, com apenas cinco anos na época, passou ser o herdeiro do trono. Com este fato, findou o Primeiro Reinado no Brasil, iniciando outra fase da história brasileira, o Período Regencial (1831-1840).

In:  http://www.brasilescola.com/historiab/dom-pedro.htm

Biografia de D. Pedro I (8º ano, Executivo)

Dom Pedro I (1798-1834) foi o primeiro Imperador do Brasil. Foi Rei de Portugal.
Dom Pedro I (1798-1834) nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 12 de outubro de 1798. Filho de Dom João VI e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon. Passou seus primeiros anos no Palácio de Queluz, cercado de governantas e professores. Entre seus mestres estavam Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete. Sabia falar latim, francês e inglês.
No dia 29 de novembro de 1807, com a ameaça da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, a família real embarca para o Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, em março de 1808, na Quinta da Boa Vista. Pedro era um menino com apenas 9 anos, rebelde, fugia do castelo para brincar com os garotos pobres do porto. Frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal mestre e confessor. Tinha aulas de pintura e música, aprendeu a compor e tocar pequenas peças. Dedicava-se também à equitação. Avesso aos estudos preferia a vida ao ar livre no palácio de São Cristóvão e na fazenda Santa Cruz.
Em março de 1816, com a morte de sua avó Dona Maria I, Dom João é aclamado Rei de Portugal e Dom Pedro torna-se Príncipe Real e herdeiro direto do trono, em virtude da morte do seu irmão mais velho, Antônio. Depois de várias negociações diplomáticas, estava a caminho do Brasil a Arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina, filha do imperador da Áustria. Foi escolhida para esposa de Dom Pedro. Casam-se no dia 5 de novembro de 1817.
Com fama de aventureiro e boêmio, teve 13 filhos reconhecidos e mais cinco naturais: sete com a primeira esposa, Dona Leopoldina, da qual enviuvou em 1826; uma filha com a segunda esposa, a duquesa alemã Amélia Augusta; cinco com a amante brasileira Domitila de Castro, a marquesa de Santos; um com uma irmã de Domitila, Maria Benedita Bonfim, baronesa de Sorocaba; um com a uruguaia Maria del Carmen García; um com cada francesa Noémi Thierry e Clémence Saisset e um com uma monja portuguesa Ana Augusta.
Em 1820 Portugal passava por grave crise política e social. A Revolução Liberal do Porto se espalhou por todo pais. A constituição era a palavra de ordem. Estava em jogo o destino do Reino Unido. A família real retorna à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal e que o Brasil voltasse a condição de colônia.
O decreto vindo da corte provocou grande desagrado popular. Um abaixo-assinado com oito mil assinaturas foi levado a D. Pedro, solicitando sua permanência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, cedendo às pressões Dom Pedro declara: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". O dia do Fico era mais um rompimento com Portugal. A atitude de Dom Pedro desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos. José Bonifácio foi escolhido para chefiar seu novo ministério.
Com a popularidade cada vez mais em alta, quando viajava de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Descontente, ali mesmo, em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou: "Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!".
De volta ao Rio de Janeiro, Dom Pedro foi proclamado Imperador Constitucional do Brasil. A cerimônia teve lugar no Campo de Santana, hoje praça da República. No dia 1 de dezembro, recebeu a Coroa Imperial. Em 1823, a Assembleia Constituinte iniciou suas atividades. Dos noventa deputados, muitos não compareciam. A redação da Carta Magna era lenta. Insatisfeito, Dom Pedro dissolve a Constituinte, manda prender os irmãos Bonifácio e cria um Conselho de Estado para redigir a Constituição, que foi promulgada no dia 25 de março de 1824.
Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício em 1826, porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. Com a morte de D. João VI, em 1826, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.
Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1827).
Os constantes atritos com a assembleia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez Viscondessa e depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono, no dia 7 de abril de 1831, em favor de seu filho Pedro, então com cinco anos de idade.
Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão e restaurou o absolutismo.
Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo. Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, morreu de tuberculose, no palácio de Queluz, no dia 27 de setembro de 1834. Foi sepultado no Panteão de São Vicente de Fora, como simples general e não como rei, como determinava seu testamento. No sesquicentenário da independência do Brasil, em 1972, seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Hebreus (vídeo 1) - 6º ano, Executivo


Hebreus (vídeo 2) - 6º ano, Executivo


Hebreus (6º ano, Executivo)

Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus.
Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo.
Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia. O Antigo testamento foi escrito com base na tradição oral dos hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita por esse povo da origem do mundo e de muitas das normas éticas e morais de sua sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos são repletos de símbolos e sua interpretação é bastante difícil.
Vestígios da sociedade hebraica continuam sendo encontrados. Eles contribuem para lançar novas luzes sobre a história dos hebreus.
Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, recebeu de Deus a missão de migrar para Canaã, terra dos cananeus, depois chamada de palestina, onde se localiza hoje a Estado de Israel.
Após passarem um período na terra dos cananeus, os hebreus, foram para o Egito, onde viveram em 300 e 400 anos, e acabaram transformados em escravos. Sua historia começa a ganhar destaque a partir do momento em que resolvem sair do Egito e, sob a liderança de Moisés, voltar a Canaã. Na história judaica, esse retorno é chamado de êxodo e aconteceu entre 1300 e 1250 a.C.
Em 70 d.C., a Palestina  era uma província do Império Romano; as muitas rebeliões ocorridas na região levaram o governo imperial a expulsar os hebreus da Palestina. Esse acontecimento é denominado de diáspora. Até 1948, quando foi fundado o estado de Israel, os judeus viveram sem pátria, atualmente são os palestinos que não tem pátria, pois suas terras foram tomadas pelos israelenses.
Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio. Têm por base social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta pelos chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o cumprimento do culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma literatura dispersa, mas importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude.

Localização

A Palestina localizava-se em uma estreita faixa a sudoeste do atual Líbano. O rio Jordão divide a região em duas partes: a leste a Transjordânia; e a oeste, a Cisjordânia. Essa região é atualmente ocupada pelo estado de Israel.
Até hoje a região é bastaste árida. O principal rio é o Jordão, e assim mesmo não era suficiente para grandes obras de irrigação. Um solo pouco fértil e um clima bastante seco impediam que a região fosse rica. No entanto, tinha bastante importância, pois era passagem e ligação entre a Mesopotâmia e a Ásia Menor. E foi nessa região que assentou o povo hebreu, um entre os muitos que vagaram e se estabeleceram na Palestina.

Organização social e política dos hebreus

Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de Josué, que cruza o rio Jordão, combate com os cananeus que então habitavam a terra prometida. Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Nessa época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos (“os doze filhos de Israel”), que viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e trabalhadores não livres.
O poder e prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca, e os laços entre esses clãs eram muito frágeis. Porém, devido às lutas pelas conquistas de Canaã ou Terra Prometida, surgiu necessidade do poder e do comando estar nas mãos de chefes militares. Estes chefes passaram a ser conhecidos como Juizes.
Com a concentração do poder em suas mãos, os juizes procuraram à união das doze tribos, pois ela possibilitaria a realização do objeto comum: O domínio da Palestina.  As principais lideranças deste período foram os juizes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel, todos eram considerados enviados de Jeová, para comandar os Hebreus.
A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pois os juizes tinham um poder temporário e mesmo com a unidade cultural, (língua, costumes, e, principalmente religião), havia muita divisão política entre as tribos. Assim foi preciso estabelecer uma unidade política. Isto foi conseguido através da centralização do poder nas mãos de um monarca, Rei, o qual teria sido escolhido por Jeová para governar. 


Os reis hebreus

O primeiro rei hebreu foi Saul (1010 a.C.) que liderou guerras contra os filisteus, porém morreu sem conseguir vencê-los. Foi sucedido por Davi (1006 a 966 a.C.), que conseguiu derrotar os filisteus e estabeleceu domínio sobre a Palestina, fundando o Estado Hebreu, cuja a capital passou a ser Jerusalém. E iniciou uma fase marcada pelo expansionismo militar e pela prosperidade.
Em seguida, Salomão ( 966 a 926 a.C.); sábio e pacífico famoso pelo poder e riqueza. Filho de Davi desenvolveu o comércio, aumentando a influência do reinado sem recorrer a guerra. No entanto a fartura e a riqueza que marcaram o seu reinado exigiam o constante aumento de impostos, que empobreciam mais e mais o trabalhador, criando um clima de insatisfação no povo hebreu.

O cisma político-religioso: os reinos de Israel e Judá

Após a morte de Salomão, houve a divisão política e religiosa das tribos e o fim da monarquia unificada.
Os hebreus dividiram-se em Dez tribos do norte e formaram o Reino de Israel, liderados por Jerobaão. Após disputas internas, chegaram a um acordo em 878 a.C., com a escolha  de Omri para rei. Apesar de a veneração a Iavé persistir, foi introduzido o culto a vários deuses.
 Duas tribos do sul e formaram o Reino Judá, liderados por Reoboão, filho de Salomão (924 a.C.).

A dominação estrangeira

O Reino de Israel, desde o inicio viveu na idolatria; isto fez com que a ira de Deus se manifestasse sobre ele permitindo que no ano 722 a.C., fosse conquistado por Sargão II, da Assíria, e seu povo fosse levado para o cativeiro, sendo seu território habitado por outros povos, ali colocados por ordem do rei da Assíria.
O castigo de Deus veio sobre ela através do rei Nabucodonosor, da Babilônia, no ano 586 a.C. A cidade santa, Jerusalém, foi destruída  e o Templo queimado e os nobres eram amarrados e levados para o cativeiro.
O cativeiro durou até os dias de Ciro, rei da Pérsia que permitiu que o povo que estava escravizado na Caldéia, regressar a Palestina e reerguer o Templo de Jerusalém (536 a.C.). A seguir a Palestina foi invadida por Alexandre da Macedônia (322 a.C.). Depois passou a seu protetorado egípcio (301 a.C.), Colônia Síria (198 a.C.), e província romana (63 a.C.).
No ano 70 da era cristã, após uma fracassada revolta contra a dominação romana, Jerusalém foi conquistada por Tito e seus exércitos, ocorrendo uma segunda destruição do Templo. Atualmente do templo de Jerusalém resta apenas um muro, conhecido como o Muro das Lamentações.

A religião dos hebreus

Os hebreus foram um dos primeiros povos a cultuar um único deus, isto é, eram monoteístas. No judaísmo, religião professada pelos hebreus, o único deus é Javé, cuja imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas.
O judaísmo é baseado nos Dez Mandamentos supostamente revelados a Moisés no monte Sinai.
Os dois traços característicos da religião dos hebreus são o monoteísmo e o salvacionismo isto é a crença na vinda de um Messias ou Salvador para libertar o povo hebreu.
O Judaísmo constitui uma das bases do cristianismo, com o qual o Islamismo formou tríade das religiões universais.


Páginas de uma Bíblia escrita em aramaico

Aspectos culturais

Da cultura criada pelos hebreus, a religião, é sem dúvida o legado mais importante. A escrita e literatura, entre os hebreus, povo de língua semita, surgiu muito cedo através de uma escrita própria. A arqueologia revelou a existência da escrita a partir de meados do segundo milênios a. C., (época do Êxodo). Aos poucos, porém eles foram substituindo, em sua escrita a sua língua original pelo aramaico, que era a língua comercial e diplomática do Oriente, próximo na antiguidade. O alfabeto hebraico atual é uma variedade do aramaico, que juntamente com a língua aramaica tornou-se muito difundido, suplantando os outros alfabetos e línguas semitas.


Fragmento de pedra com escrita em aramaico

Nas artes o monoteísmo hebraico influenciou todas as realizações culturais dos hebreus. Deve-se destacar a arquitetura, especialmente a construção de Templos, muralhas e fortificações. A maior realização arquitetônica foi o Templo de Jerusalém.


Templo de Jerusalém

Nas ciências, não apresentaram progresso notável. A importância cultural da sociedade hebraica residiu principalmente na esfera religiosa e moral (na lei Mosaica), sua área de influência atingiu o Ocidente e grande parte do oriente. 

In:  http://www.sohistoria.com.br/ef2/hebreus/index.php

domingo, 2 de junho de 2013

A formação do Antigo Regime (7º ano, Executivo)

No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usualmente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância política dos reis.

O processo de formação das monarquias nacionais européias, que também ficou conhecido como Antigo Regime, remonta uma série de mudanças que se iniciaram durante este período da era medieval. De fato, o processo de consolidação das monarquias foi um dos mais evidentes sinais das transformações que assinalavam a crise do sistema feudal e a construção do sistema capitalista, legitimado pela nascente classe burguesa. No entanto, a crescente consolidação do poder dos reis não significou o fim dos privilégios ou dos poderes da classe nobre.

Nesse sentido, a constituição das monarquias pode ser compreendida enquanto um processo que conseguiu atender simultaneamente os interesses dos nobres e dos burgueses. Por um lado, a formação das monarquias conseguiu conter as diversas revoltas camponesas que marcaram os finais da Idade Média com a reafirmação da propriedade feudal. Por outro, essas mesmas monarquias implantaram um processo de padronização fiscal e monetário que atendia a demanda econômica da classe burguesa.

Ameaçados por constantes revoltas – principalmente na Baixa Idade Média – e a queda da produção agrícola, os senhores feudais recorriam à autoridade real com o intuito de formar exércitos suficientemente preparados para conter as revoltas camponesas. Dessa maneira, a partir do século XI, observamos uma gradual elevação das atribuições políticas do rei.

Os comerciantes burgueses surgiram enquanto classe social interessada na formação de um regime político centralizado. As leis de caráter local, instituídas em cada um dos feudos, encareciam as atividades comerciais por meio da cobrança de impostos e pedágios que inflacionavam os custos de uma viagem comercial. Além disso, a falta de uma moeda padrão instituía uma enorme dificuldade no cálculo dos lucros e na cotação dos preços das mercadorias.

Por isso, podemos notar que o Estado Monárquico buscava preservar algumas tradições medievais e criar novos mecanismos de organização política. Nesse novo contexto, o poder local dos senhores feudais foi suprimido em favor da autoridade real. No entanto, os nobres ainda preservaram alguns importantes privilégios, principalmente no que se refere à isenção no pagamento de impostos. Somente os burgueses e a classe campesina estavam sujeitas às cobranças de taxa.

Grande parte dos impostos arrecadados era utilizada para organizar os exércitos responsáveis pela contensão dos conflitos internos e a defesa dos interesses políticos da nação contra os demais estados estrangeiros. Nesse sentido, percebemos que a Europa moderna foi marcada por intensos conflitos aonde o controle por territórios instalou sucessivos episódios de guerra. A partir dessa nova demanda, exércitos permanentes foram formados sem a intervenção personalista da classe nobiliárquica.

No campo econômico as atividades comerciais tinham papel fundamental no enriquecimento e consolidação da autoridade real. Por isso, diversos reis ficaram preocupados em adotar medidas que protegessem a economia contra a entrada de produtos estrangeiros (protecionismo) e conquistar áreas de exploração colonial, principalmente, no continente americano. Dessa forma, podemos ver que o Estado Absolutista teve grande papel no desenvolvimento da economia mercantil.



O rei, sendo a expressão máxima desse tipo de governo, contou não só com auxílio dos grupos sociais burgueses e nobiliárquicos. Tendo a Europa preservado uma forte religiosidade, foi de fundamental importância que a Igreja reafirmasse a consolidação dessa nova autoridade por meio de justificativas ligadas à vigente fé cristã. Nesse sentido, o rei era muitas vezes representado e idealizado como um representante dos anseios divinos para com a Nação.

As monarquias nacionais centralizaram o poder político na figura de um rei.

Sendo esse um processo histórico que permeou toda a Europa Ocidental, a ascensão das autoridades monárquicas foi claramente observada entre os séculos XII e XV. Entre os principais representantes dessa nova experiência política podemos destacar a formação das monarquias em Portugal, na Espanha, na Inglaterra e na França. O auge desse tipo de governo foi vivido entre os séculos XVI e XVII, mas logo foi desestabilizado pelas críticas e revoluções liberais iniciadas no século seguinte.

Vamos fazer uma atividade para melhor compreensão do assunto?

faça um esquema explicativo (ou uma espécie de linha do tempo), no qual aponte os fatores que levaram à formação do Antigo regime. coloque como marco inicial o sistema feudal e como marco final o Absolutismo.

O período Napoleônico (1 de 4) - O Consulado

 Fonte: Imago História



O Diretório – em sua dependência em relação às forças militares – abriu espaço para que em 1799, através de um golpe apoiado por políticos burgueses e pelo exército, um de seus mais brilhantes generais subisse ao poder, Napoleão.

Não podemos esquecer que o contexto francês favoreceu a ascendência de Napoleão. Em primeiro lugar, a abolição dos privilégios de classe possibilitou que as suas conquistas militares o elevassem ao posto de general. Por outro lado, a população francesa desejava um governo que colocasse fim às agitações internas e a burguesia, ainda assombrada pelo período do terror, ansiava por um governo forte o suficiente para impedir que os jacobinos ou os monarquistas reconquistassem o poder.

A primeira etapa do governo de Napoleão é chamada de Consulado (1799-1804), período que governou com o cargo de primeiro-cônsul.

Uma nova constituição conferiu amplos poderes a Napoleão, utilizando-os para reforçar o seu poder pessoal. Nesse período Napoleão perseguiu e prendeu inimigos políticos, censurou e utilizou a imprensa a seu favor, ao mesmo tempo impulsionou a economia francesa, confirmando a reforma agrária feita durante a Revolução, criou o Banco da França e manteve a inflação sobre controle, incentivou a indústria e a educação.

Napoleão criou ainda o novo código civil, ou Código Napoleônico, que protegia o direito a propriedade e reafirmava a igualdade de todos perante a lei. O código favorecia amplamente os burgueses, defendendo a liberdade de comércio e, proibindo, inclusive, os sindicatos e as greves, e em caso de contendas trabalhistas, prevaleceria sempre à palavra do empregador. Com o Código Napoleônico, efetivou-se a separação entre a Igreja e o Estado, sendo que muitas das atribuições da Igreja passaram a ser executada pelo governo local, como o casamento e o divórcio. A laicização do estado e a introdução da idéia de liberdade religiosa permitiram que grupos tradicionalmente perseguidos, como os judeus, pudessem se estabelecer, construir sinagogas e contribuir para o crescimento econômico da região.

A revolução introduziu outras novidades na França e nos países que foram conquistados, como um novo calendário (com uma semana de dez dias e sem do domingo cristão), a coleta de lixo e um sistema unificado de medidas, com a introdução do metro do litro e do quilograma, padronizando as medidas nos territórios dominados por Napoleão.

Alegava-se a necessidade de levar as conquistas da Revolução para o resto do mundo. Há de se destacar que durante a expansão napoleônica, muitos povos acolhiam as tropas de Napoleão ou não pegavam em armas para lutar contra elas, na medida em que em muitos países, como no Sacro Império Romano, a nobreza tinha privilégios e as tropas de Napoleão simbolizavam o fim desses privilégios de classes. Os nobres, por outro lado, em vista da iminência das tropas napoleônicas e receosos do furor do povo fugiam das cidades dominadas pelos franceses. Assim, não raro, as tropas francesas eram vistas como libertadoras e os soldados como verdadeiros heróis.

Contudo, a expansão Napoleônica tinha também o objetivo de obter divisas para o falido cofre francês. A avidez dos franceses logo mostrou sua faceta na rapina e saques de igrejas, palácios e da própria população dos territórios conquistados. Em algumas situações até mesmo com um extremado desprezo dos franceses em relação a instituições consideradas ultrapassadas, utilizando-se, por exemplo, igrejas como estábulos. O anticlericalismo, aliás, foi incentivado por Napoleão, que permitiu que a aristocracia dos países dominados se apropriasse de inúmeros bens do clero, como monastérios e igrejas, que em muitos casos foram leiloados.

A população conquistada, por sua vez, se deixou de pagar impostos à nobreza de seus países, agora tinha que pagar impostos aos franceses, inclusive, com cobranças em relação aos imóveis, que passou a depender do número de portas e janelas. Essa forma de cobrança gerou uma situação um tanto quanto bizarra, onde muitas pessoas passassem a fechar as janelas com tijolos.

O cartoon abaixo faz referência ao golpe de 18 Brumário, que colocou Napoleão no poder. O caricaturista satiriza tanto o governo que estava no poder quanto a própria figura de Napoleão.


Na imagem abaixo temos Napoleão "plantando" uma nova dinastia. A imagem faz referência à ambição de Napoleão se perpetuar no poder.

Na cartoon abaixo lê-se: "Napoleão, o general do diabo".

O período Napoleônico (2 de 4) - Império, Bloqueio Continental, Campanha contra os Russos e Exílio em Elba

 Fonte: Imago História



Em 1804, por meio de um plebiscito, Napoleão é aclamado imperador dos franceses dando início ao período do Império (1804-1815), que será, sobretudo, marcado pelas guerras de expansão.

A imagem de Napoleão assolava os monarcas europeus, conquistando em pouco tempo amplos territórios. Um invento da época da Revolução sintetiza o desejo de domínio de Napoleão: o telégrafo óptico. Por meio de torres, o posicionamento de réguas possibilitava a transmissão de mensagens codificadas rapidamente, fazendo com que Napoleão estendesse efetivamente o seu domínio por vastos territórios. Em menos de 10min conseguia-se transmitir a mensagem a mais de 200 km de distância.


Mesmo sendo senhor da Europa, a grande ambição de Napoleão, a Inglaterra, continuava intocada. Devemos lembrar, também, que o confronto entre França e Inglaterra, significa no plano das ambições desses países o confronto entre suas respectivas burguesias pelo controle de mercados e ampliação das possibilidades de lucro.

Mas, para conquistar a Inglaterra, teria necessariamente que ser através do mar, e na água a Inglaterra era hegemônica. Como estratégia, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, ou seja, nenhum país do continente poderia comercializar ou receber navios ingleses.
 
 

Em 1812 Napoleão alcançava sua máxima expansão territorial, mas internamente às criticas se acentuavam e no plano externo pululavam lutas nacionalistas. Em 1810 a Rússia rompe o Bloqueio Continental e volta a comercializar com os ingleses. Como represália Napoleão invade a Rússia em 1812, com uma tropa de 600 mil soldados. O resultado dessa invasão foi um dos maiores desastres militares da história. A Rússia adotou a tática de terra arrasada, ou seja, conforme iam fugindo dos invasores destruíam e incendiavam tudo que pudesse ser útil. Assim, as tropas de Napoleão alcançam Moscou, para apenas visualizar uma cidade fantasma que ardia em chamas. Em pouco tempo o inverno russo dizimaria as tropas alemãs, quebrando o mito de sua invencibilidade e incentivando os inimigos da França a se unirem: Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia, formando um gigantesco exército e partindo para a ofensiva, que obtém sucesso e consegue a ocupação da França em 1814.

Napoleão é enviado para a Ilha de Elba, no mar Mediterrâneo e quem assume o poder restaurando a Monarquia é ninguém menos que Luís XVIII, irmão de Luís XVI, o rei francês que fora guilhotinado pela Revolução. Inúmeros monarquistas emigrados retornam ao país e começa a perseguição aos ex-revolucionários e republicanos.


No cartoon abaixo, publicada na Inglaterra, temos Napoleão na ilha de Elba. O diabo convida-o a cometer suicídio. Observe a referência ao trono. No lugar da águia imperial aparece um corvo e um velho canhão sinaliza a derrocada do poder Napoleônico. 
Na imagem abaixo retrata-se a expansão napoleônica, onse sugere-se que Napoleão deseja dominar todo a mundo.

O período Napoleônico(3 de 4) - O Governo dos Cem Dias

Fonte: Imago História


E nesse contexto que Napoleão foge de Elba, e acompanhado de 800 homens desembarca na França como herói. O rei Luiz XVIII manda tropas para prendê-lo, mas eis que elas se unem a Napoleão. O rei Luiz XVIII, talvez assolado pela lembrança do que aconteceu ao irmão resolve fugir e Napoleão reassume o trono francês, no que é conhecido como Governo dos Cem Dias. Contudo, os ingleses não permitiriam uma reestruturação do poder napoleônico, e organizam uma nova coalizão com mais de 1 milhão de soldados ocasionando a derrota definitivamente Bonaparte na Batalha de Waterloo, em 1815. Preso, Napoleão não é mandado novamente para Elba, e sim, para a distante ilha de Santa Helena, uma minúscula ilha no Atlântico, onde permanece até a morte, que ocorre em 1821.

A imagem abaixo retrata a derrocada de Napoleão, fazendo referência às agruras que ele encontraria num além mundo.
 Nas duas imagens Napoleão é retratado no exílio, comandando um exército de ratos.

O período Napoleônico (4 de 4) - O Congresso de Viena e a Reação Conservadora Européia

 Fonte: Imago História



Tratava-se um uma reunião das nações européias vitoriosas para a redefinição da ordem geopolítica na Europa. Sob a liderança da Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia, o Congresso era anti-revolucionário e prol restabelecimento das monarquias. Foi adotado o princípio da Restauração, ou seja, as fronteiras anteriores à revolução seriam restauradas e os antigos governantes retornariam ao poder – inclusive o sucessor de Luiz XVI, o rei Luiz XVIII. Uma tentativa de equilíbrio entre as potências européias, e o princípio da compensação, isto é, as potências vencedoras receberiam enormes territórios, sem se importar com as aspirações nacionalistas das populações dos territórios anexados.

Para impedir surtos nacionalistas e novas eclosões revolucionárias foi criada a Santa Aliança, encabeçada por Áustria, Rússia e Prússia, tratava-se de um instrumento militar, político e ideológico representativos dos interesses dos grupos empenhados na restauração. Contudo, as décadas seguintes mostrariam que os ideais da Revolução Francesa já haviam se arraigado na mentalidade popular e que os interesses liberais burgueses aspiravam indubitavelmente pretensões de ideologia hegemônica.

Na cartoon abaixo, os monarcas europeus "brincam" com Napoleão após a sua derrota e o restabelecimento dos tronos a seus antigos (quando possível) donos.

O Império Napoleônico (8º ano, Executivo)

Enquanto no Brasil germinavam as sementes da Independência, na França florescia um novo Império. Coube a Napoleão a tarefa de consolidar internamente e difundir externamente os ideais da Revolução. Ela havia atingido o auge durante o Terror. A reação veio em 1795 com a implantação do Diretório. Este teve dificuldades para governar, atacado pelos partidários da realeza, que queriam a volta do Antigo Regime, e pressionado pelas camadas populares, que queriam a volta do Terror.
Alguns diretores resolveram fortalecer o poder do Diretório, conspirando com um líder militar popular, que se havia destacado em guerras da França contra a Itália (1796-1797) e no Egito (1798-1799): Napoleão. Foi ele o escolhido para chefiar o golpe que depôs o Diretório, dissolveu a Assembléia e implantou o regime do Consulado (1799-1802).
Não passava de uma ditadura disfarçada. Em 1804, foi criado o Império, espécie de monarquia vitalícia. Apesar de haver Constituição, Napoleão governou despoticamente. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito das guerras permitiram a continuidade do regime. Com os primeiros fracassos militares, seus fundamentos seriam abalados, até a queda em 1814.

O Consulado vira monarquia

Em 1799, a França apresentava aspecto desolador: indústria e comércio arruinados; caminhos e portos destruídos; serviço público desorganizado; emigrados fugiam da desordem e da ameaça de confisco de bens; clérigos que se haviam recusado a acatar a nova Constituição eram perseguidos. A guerra civil parecia iminente.
Napoleão procurou fazer uma política de re­conciliação. A Constituição, aprovada em plebiscito por mais de 3 milhões de votos, lhe deu poderes ilimitados, sob aparência de regime republicano: o Consulado. O voto era universal. Fazia­se uma lista de candidatos mais votados e entre eles o governo escolhia os encarregados das funções públicas.
O fraco Poder Legislativo se compunha de quatro assembléias: Conselho de Estado, que preparava as leis; o Tribunal as discutia; o Corpo Legislativo votava; e o Senado velava pela execução. O Poder Executivo, confiado a três cônsules nomeados pelo Senado por dez anos, era o mais forte. Quem detinha o poder mesmo era o primeiro­cônsul; ele propunha e mandava publicar as leis, nomeava ministros, oficiais, funcionários e juízes.
Em 1802, Napoleão assinou afaz de Amiens, pondo fim ao conflito europeu que durava desde 1792.
Seu governo reorganizou e centralizou a administração. Tomou medidas financeiras importantes, como a criação de um corpo de funcionários para arrecadar impostos e a fundação do Banco da França, com direito de emitir papel­moeda. A situação econômica melhorou. O ensino secundário se organizou com o objetivo de instruir funcionários para o Estado. A maior obra de Napoleão foi o Código Civil, inspirado no Direito Romano, nas Ordenações Reais e no Direito Revolucionário; completado em 1804, continua na essência vigorando em nossos dias.
A paz com a Igreja a veio em 1801. O papa aceitou o confisco de bens, e o Estado ficou proibido de interferir no culto. Os bispos, indicados pelo governo e investidos nas funções pelo papa, prestariam juramento de fidelidade ao governo. As bulas papais só entrariam em vigor depois de aprovadas por Napoleão.
Vitorioso interna e externamente, Napoleão pôde estabelecer a hereditariedade do Consulado em 1802: recebeu do Senado o direito de indicar seu sucessor. Tratava-se da implantação da monarquia hereditária.

O despotismo de Napoleão

Aproveitando o perigo trazido pelo reinicio das guerras, Napoleão se fez proclamar impera­dor. Em 1804, nova Constituição legalizava o Império e convocava um plebiscito para confirmar sua instituição. O papa sagrou Napoleão em Paris. Seu poder era absoluto.
Ao Código Civil, seguiram-se o Comercial e o Penal. A economia se aqueceu. Os camponeses passaram a produzir mais e a apoiar o regime. A indústria foi estimulada. O governo concluiu numerosos trabalhos iniciados no Consulado: canais, portos, estradas, embelezamento de cidades.
Napoleão tornou-se mais despótico que os antigos reis. Suprimiu as assembléias; o Tribunal e os Corpos Legislativos perderam suas funções; não havia respeito pelas liberdades individuais e políticas; a imprensa ficou sob censura. O imperador interveio na educação. Alterou o programa de disciplinas perigosas para o regime, como História e Filosofia. Serviu-se até da religião: o catecismo ensinava os deveres para com Deus e para com o imperador; quando o papa se recusou a integrar-se na política internacional de Napoleão, ele lhe tomou os Estados e confinou-o em Savona (1809); os bispos que tomaram o partido do papa foram perseguidos.

Política externa

Em 1803, a Inglaterra se uniu à Rússia e à Áustria para lutar contra a França. Os ingleses venceram nó mar, em Trafalgar, na Espanha; mas os franceses bateram os austro-russos em terra, em Austerlitz, Boêmia. No fim da guerra, a Áustria foi separada da Alemanha e da Itália, e esta submetida à França. Na Alemanha criou-se a Confederação do Reno, sob tutela francesa, para substituir o Sacro Império.
Outra aliança se formou em 1806 contra Napoleão: a Prússia e a Rússia, ambas vencidas. Pela Paz de Tilsit (Prússia), a Prússia foi desmembrada e a Rússia se aliou à França.
Para enfraquecer a Inglaterra, Napoleão decretou o Bloqueio Continental: todos os europeus eram obrigados a fechar seus portos ao comércio inglês.
O desejo de conquistas na Península Ibérica abriu à França novos campos de conflito. Os austríacos aproveitaram e retomaram as armas em 1809, mas foram batidos e também sofreram desmembramento.
O poder napoleônico chegava ao auge. Seu organizado exército parecia imbatível. A Europa ocidental estava submetida a seu poder. Mas as intervenções francesas provocaram revoltas nacionais, principalmente na Prússia.
Em 1812 terminou a aliança com os russos, quando eles romperam o bloqueio contra os ingleses. Napoleão invadiu a Rússia. Venceu a Batalha de Moscou, mas encontrou tanta resistência que foi obrigado a uma retirada desastrosa. Na Espanha as tropas sofriam com os guerrilheiros. A família real portuguesa fugiu para o Brasil: mais uma brecha no Bloqueio Continental.
Prússia e Áustria então se aliaram à Rússia e venceram Napoleão em Leipzig (Confederação do Reno), destruindo-lhe o poder na Europa (1813). Ele nem sequer conseguiu impedir a invasão da França. Os aliados tomaram Paris, restabelece­ram a monarquia deposta em 1792 e obrigaram Luís XVIII a aceitar o Tratado de Paris.
Preso na ilha mediterrânea de Elba, Napoleão fugiu em março de 1815 e retomou o poder (Governo dos Cem Dias). Mas foi detido pela última coligação européia contra a França. Os ingleses o derrotaram em Waterloo, na Bélgica. Preso na ilha de Santa Helena, costa africana, morreu em 1821.
Luís XVIII retomou o poder. Em 1814-1815, o Congresso de Viena restabeleceu o equilíbrio entre as grandes potências (Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria); Alemanha e Itália permanece­ram divididas; a Inglaterra adquiriu a supremacia marítima e colonial. Para preservar a paz e evitar perturbações sociais como a Revolução Francesa e as guerras de Napoleão, as potências criaram a Santa Aliança.


Bibliografia:
História Geral - Aquino, Denize e Oscar - Ed. Ao Livro Técnico
Toda a História - José Jobson Arruda - Ed. Ática
História - Luiz Koshiba - Ed. Atual